Hoje faz-se escuro.
Minhas velas tremem ao ar da janela.
Um barulho ao longe quebra o silencio.
Eu aqui, a me lembrar de ti.
Cenas retornam no flamejar das luzes
Palavras se repetem no eco do silencio
Tua face ressurge na tela de lembranças.
Tuas mãos bonitas desenham o ar.
É tua a voz que me ri no infinito.
O olhar claro ultrapassa areias
e doce e calmo e teu, admira luas.
Tuas lágrimas de musica chegam a mim,
em doce compasso.
Dançando trêmulas na luz das velas,
molham de sal meus cabelos cansados.
As cortinas voam te abrindo passagem.
Mas tu não vens porque não estás...
Levou-te o mar de Capricórnio,
dedilhando cordas.
Eu aqui, a me lembrar de ti.
Tita - um dia de março, 2014
Tudo a ver
"Existe um desejo de retornar a um tempo sem a necessidade de escolhas, livre da tristeza da perda inevitável que todas as escolhas (por mais maravilhosas que sejam) acarretam."
Alain de Botton em "Ensaios de Amor"