![]() |
Equilibrio - Diego Sevilla Ruiz |
Eu atrás, não conseguia tirar os olhos daqueles passos.
No fundo, esperava a hora em que iria bambear, tropeçar, cair. Porém, nunca titubeava nem perdia o equilíbrio, seguia firme sobre o que pareciam ramos de alguma árvore esguia e roliça.
Talvez eu tivesse vontade de conseguir equilibrar-me da mesma forma...
No fundo o que eu esperava era que acontecesse com ela o que, imagino, aconteceria comigo porque, caso acontecesse, eu não seria a unica e poderia então sentir-me pertencente ao mundo dos que nunca se desequilibram.
Continuou andando por quadras e quadras e eu atrás, até que meu pensamento correu e a perdi de vista. Lembrei-me das vezes em que, mesmo com os pés no chão, não consegui me equilibrar. Porem ha momentos em que fico tonta, perco o rumo e, sem ninguém que me segure, calço os sapatos sejam altos ou baixos, respiro fundo, estico o corpo e sigo, eu também, me equilibrando firme, sem bambear nem tropeçar, pelo continuar da vida.
Tita 30/07/2014