O tilintar dos sinos

O sorriso sempre presente, os apartes engraçados, o olhar inteligente.
Lembro-me de como preparava minha chegada e me abria os braços, a alma, a casa.
Lembro-me do café da manhã que preparava com cuidado e de como me presenteava com pequenas novidades.
Lembro-me das noites no sofá em que palavras jorravam por horas sem fim, risadas ecoavam e havia sempre algo de novo para perguntar e para contar. Lembro-me dos abraços e do amor que nos transtornava e nos fazia por vezes, perder a noção dos rumos.
Lembro-me dele a contar do passado e a me fazer sentir que o presente, comigo, era momento de vida incomparável a qualquer acontecimento anterior.
Lembro-me do tanto que crescemos juntos em todas as direções e do tanto que trocamos de nossas belezas interiores.
Lembro-me de sentir-me plena e de sentir, com ele, a plenitude.
Hoje revi em fotos o seu sorriso e com ele sorri perdendo-me em lembranças e, como quem não acha o caminho de volta, pus-me a lembrar dele, ouvir-lhe a voz, reviver momentos.
Então as musicas dele encheram a casa, aumentei o som e abri todas as janelas. Deixei que entrassem os raios de sol, o vento e os pássaros, dancei pelos cômodos e me deixei voar, rodopiando.
Os sinos tocaram alto, meu corpo se encheu de borboletas, a alegria me invadiu por completo, levantei meus braços e agradeci, alto e forte,
por ter aprendido para sempre, o que é ser feliz.
Escrito em 01/03/2009 para Z.